Editado por Harlequin Ibérica.
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© 1998 Janelle Denison
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Regresso a casa, n.º 476 - março 2019
Título original: A Dad for Daniel
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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I.S.B.N.: 978-84-1307-589-1
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Epílogo
Se gostou deste livro…
Aquele brilho malicioso no olhar de Boyd significava problemas. Sempre tinha sido assim, e Tyler Whitmore bem o sabia. O seu meio-irmão detestava-o desde a infância, e não passava um dia em que não manifestasse esse ódio.
Ignorando a expressão satisfeita de Boyd, Tyler entrou no escritório da fazenda e concentrou-se no homem que o tinha criado e amado incondicionalmente, apesar de ser filho de outro. Landon, o pai de Boyd, recebeu-o com um sorriso.
– Queria falar comigo? – os olhos azuis estavam cheios de determinação.
– Lamento, Tyler. Mas vou acabar com a criação de cavalos de corrida.
O choque repentino deixou Tyler sem fala. Nos últimos três anos, ele criava, treinava e vendia animais no rancho Whitmore. Tinha sido uma boa fase, e Tyler não encontrava nenhum motivo racional para cessar uma actividade tão lucrativa.
– Não compreendo – Tyler meneou a cabeça, desconsolado.
Landon suspirou, parecendo ter mais do que os seus sessenta anos.
– Boyd disse-me que estamos a perder dinheiro com essa actividade.
– O quê?! – o tom incrédulo preencheu o ar do escritório. – Como é possível, se temos lucro com cada boa égua que vendemos?
– As despesas superam os rendimentos – afirmou Landon, gesticulando na direcção do balancete pousado na sua mesa. – O contabilista descobriu prejuízos. Não devemos continuar.
Tyler olhou com desconfiança para o seu meio-irmão, reclinado, insolentemente, numa poltrona ao fundo da sala. Boyd era encarregado das finanças desde que Landon se aposentara, dois anos antes. Conhecendo as fraquezas dele pela bebida, jogo e mulheres, Tyler suspeitou de que Boyd estivesse a manipular os números de modo a poder manter os seus dispendiosos hábitos, mas não tinha nenhuma prova disso, e Tyler jamais poderia apontar-lhe um dedo acusador.
– Talvez a contabilidade precise de ser verificada – foi só o que pôde dizer.
– Estás a insinuar alguma coisa, querido irmão?
– Sim, Boyd, acho que andaste a fazer retiradas indevidas dos negócios para cobrires as tuas próprias perdas.
– É uma acusação séria, Tyler. E uma difamação da minha honestidade.
Tyler tomou fôlego para enfrentar o carácter belicoso de Boyd.
– Não descansarás enquanto não me vires pobre e infeliz, não é? Enquanto não me tirares tudo o que me traz satisfação.
Sempre tinha sido assim. Porque é que desta vez seria diferente? Embora contasse com o apoio de Landon, Tyler percebeu que agora o pai confiava mais nos números do que nele.
– Não leves as coisas para o terreno pessoal, Tyler – Boyd tornara-se conciliador, sob o olhar de aprovação de Landon. – A venda de cavalos é um fracasso, e não podemos deixar o rancho falir por causa dela.
Estavam a vir à tona vinte e três anos de crueldade do seu meio-irmão, revestindo Tyler de uma raiva impotente que ele não conseguia controlar. Avançou para Boyd e agarrou-o pela camisa à altura do peito, empurrando-o com força contra a parede e fazendo a poltrona tirar lascas da pintura. Boyd não se defendeu nem reagiu. Agia de maneira exemplar na presença do pai. Apenas Tyler testemunhara e sofrera as maldades do seu meio-irmão, e isso jamais mudaria.
– Seu desgraçado! – Tyler fechou os punhos. – Sabes muito bem que os meus negócios são excelentes!
– Chega, rapazes! – Landon deu a volta à mesa e puxou Tyler para longe de Boyd, com uma expressão tempestuosa. – Não vou tolerar isto, Tyler.
– Essa criação é um negócio meu! – gritou Tyler com obstinação. – Não vou desistir!
O rosto de Landon cobriu-se de um tom rubro.
– Não te estou a dar escolha. Estou a encerrar a operação, e isso é tudo – deu meia volta e saiu do escritório, decidido.
Boyd andou até à porta e esfregou a mão na camisa, para eliminar as rugas que Tyler tinha produzido.
– Vês como é bom ser o filho do patrão? Tu não passas de um bastardo, uma caridade que a nossa mãe fez quando deixou o papá. O rancho nunca será teu, porque não tens nas veias o sangue dos Whitmore. E esta decisão de Landon prova isso – um sorriso triunfante curvou-lhe a boca. – Imagino como a tua doce e inocente Brianne se vai sentir quando souber de tudo isto e concluir que também nunca terá as terras que tanto ama.
Tyler sentiu um arrepio. Teve vontade de gritar que Brianne Taylor o amava, que não ligava ao rancho. Mas o ímpeto passou, e Tyler percebeu que Boyd tinha razão num ponto: sem os seus animais, ele nada tinha para oferecer, à mulher que pretendia desposar e tirar das garras do pai bêbado e negligente.
No fundo de tudo, um facto estava claro: Tyler não pertencia àquele lugar, era apenas aceite como parte da família Whitmore, e jamais poderia reivindicar um palmo sequer daquelas terras. Decidiu que, dentro de uma hora, estaria na estrada, de malas feitas, à procura de um rancho onde pudesse empregar-se como domador e treinador. Tudo para provar que Landon e Boyd estavam enganados.
Em seis semanas, Tyler nada tinha conseguido, a não ser aplacar a sua raiva, e então voltou ao rancho Whitmore. Chegou à cidade na mesma manhã em que Brianne estava a casar com Boyd.
Até a noiva o seu meio-irmão lhe roubara.
Sim, ele estava ali a mais. Depois de ter perdido os seus negócios, o respeito de Landon e agora Brianne, nada mais existia que o retivesse ali.
Em vez de conduzir a sua camioneta até Whitmore, para assistir à festa de casamento, deu meia volta e saiu da cidade sem olhar para trás.