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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Cindy Gerard

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Uma proposta tentadora, n.º 732 - Setembro 2015

Título original: A Convenient Proposition.

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2007

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7136-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Um céu invernal cobria a cordilheira de Shadow, de onde caíam enormes flocos de neve. O autocarro aproximava-se de Sundown, Montana, e Shallie Malone olhava através do pára-brisas, tentando convencer-se que aquela tempestade não era um mau presságio.

Talvez o regresso a Sundown fosse um grave erro.

Ena, ela a errar outra vez, que coisa estranha.

Shallie suspirou profundamente enquanto o autocarro continuava o seu percurso através da estrada coberta de neve. Cometera muitos erros ao longo dos seus vinte e seis anos de vida e não queria que o regresso a Sundown fosse outro deles. Queria que corresse tudo bem e que Sundown voltasse a ser a sua casa.

Mas, fosse um erro ou não, ela não tinha muitas alternativas.

Shallie olhou para o bosque. Os pinheiros dobravam-se como velhos ombros sob o peso da neve. Também ela se sentia velha naquele dia. E dobrada. O senhor Coleman, um dos fazendeiros de Sundown de quem mal se lembrava, tivera a amabilidade de a levar da estação de autocarros de Bozeman até Sundown. Tinha o ar quente ligado e, apesar disso, mesmo tendo um casaco vestido, Shallie tremia de frio e tentava não pensar na sensação desagradável que sentia no estômago. A sensação de ser um erro voltar para casa.

Um nome numa caixa de correio num dos caminhos serpenteantes que entravam pelo bosque chamou a sua atenção.

– Aquele bungallow é do Brett McDonald?

– Hã? Ah, é – disse Bob Coleman, concentrado para que a carrinha não derrapasse no gelo da estrada e olhando pelo retrovisor. – O rapaz comprou um bungallow em Fremont quando comprou o Dusk to Dawn.

Mac? O seu amigo de infância, Brett McDonald, «Mac», agora tinha um bungallow em Fremont?

E nem conseguia acreditar naquilo que Bob dissera...

– Os Haskin venderam o Dusk to Dawn?

– É incrível, não é? Nunca pensei ver o dia em que a Nadine e o Chet se fossem embora daqui mas, ao que parece, queriam viajar.

O Dusk to Dawn era tudo para aquela comunidade e para os fazendeiros da zona. Era bar, restaurante, salão de festas e supermercado, tudo num só espaço. Se alguém se casasse, o casamento celebrava-se ali. Se alguém morresse, era ali que os familiares iam receber as condolências. Festas de aniversário, de final de curso, despedidas de solteiro... era tudo celebrado sob aquele telhado verde desde que Sundown existia. E Shallie lembrava-se dos Haskin terem sido sempre proprietários daquele lugar.

Descobrir que eles já não estavam lá, uma mudança gigantesca em algo que ela considerava tão estável, entristeceu-a. Há muito tempo que não ia a casa e não queria ver tantas mudanças. Gostava que continuasse tudo como antes dela ter partido. Havia uma certa segurança nas tradições e era disso que ela precisava naquele momento.

Uma palermice, claro. Mas era reconfortante pensar que num mundo com tantas mudanças, Sundown, com os seus amáveis e pacíficos habitantes, continuaria sempre na mesma.

– Parece que o Mac ganhou muito dinheiro em Bozeman – acrescentou Bob sem se dar conta que Shallie estava absorvida em pensamentos melancólicos. – Ele é o dono de um restaurante italiano que está sempre cheio. Eu fui lá algumas vezes com a minha mulher... quando conseguimos mesa.

Mac era um rapaz de Sundown e o seu grande amigo. Mac dono de um restaurante italiano? Era incrível.

Mac era um selvagem. Não era um selvagem no mau sentido da palavra mas sim, um selvagem divertido. Andava sempre metido em confusões com o John Tyler; era frequente ela estar envolvida nessas confusões.

E agora estava, como sempre, metida noutra confusão.

Shallie pôs uma mão protectora sobre a barriga, tentando convencer-se que o seu regresso tinha sido uma boa ideia. Quando a carrinha fez a curva e a primeira casa de Sundown apareceu à sua frente, sentiu um arrepio de medo mas este rapidamente se transformou em emoção. Tinha feito bem em voltar.

Quantas vezes conduzira por aquela estrada? Quantas vezes vira aquela primeira casa de Sundown, meio escondida no vale? Quantas vezes passara por ali sem desfrutar da paisagem?

Muitas.

Mas não voltaria a cometer o mesmo erro.

Estava em casa. Pelo menos, o mais próximo que poderia estar. Não voltava de cabeça erguida mas também não deixaria que a sua decisão de regressar se tornasse noutro erro. Não queria cometer os mesmos erros que a sua mãe.

Não iria cometer os erros que a sua mãe cometera, pensou, pousando a mão novamente na barriga. Joyce Malone tinha desiludido todos aqueles que tinham confiado nela, inclusive a própria Shallie.

Iam fazer outra curva quando uma carrinha preta, que ia a grande velocidade na direcção contrária, patinou no gelo. De repente começou a vir na direcção deles...

– Agarra-te – disse-lhe Bob, guinando o volante para evitar a colisão.

Quando Shallie viu o tamanho da árvore que tinham à frente deles, pôs a mão no tablier e apertou os lábios para não gritar.

Mas não funcionou. Gritou e a dor que sentiu no pulso quando a carrinha se deteve quase fez com que desmaiasse.

 

 

Praguejando, Brett McDonald parou a carrinha na berma da estrada. Não vira o gelo na estrada. Mas vira a carrinha de Bob Coleman... mesmo a tempo. Arriscara capotar para não chocar com ela. Por sorte isso não acontecera, mas fora por pouco.

Puxou o travão de mão, abriu a porta e, com o coração acelerado, correu na direcção da carrinha, receando que o homem estivesse ferido.

Uma boa notícia: a velha carrinha quase batera contra uma árvore mas parara graças a um monte de neve e não tinha um único arranhão. A má notícia: estava atolada com a parte da frente enterrada na neve.

– Estás bem, Bob? – gritou.

– Sim, acho que continuo inteiro – respondeu ele, olhando para a sua passageira. – E tu, Shallie? Magoaste-te?

Shallie? Mac só conhecia uma Shallie... mas não podia ser a sua Shallie.

Mac baixou a cabeça para olhar pela janela e, ao vê-la, o seu coração bateu com toda a força como se quisesse sair-lhe do peito.

Shallie. A sua Shallie Malone. Não a voltara a ver desde o liceu, quando se foi embora de Sundown como se estivesse a ser perseguida pelo Diabo. Mas ele reconheceria aqueles olhos e aqueles cabelos castanhos em qualquer lugar.

E reconheceu também os batimentos do seu coração como a reacção que sempre tivera com aquela mulher. Era uma miúda a última vez que a vira mas isso não mudava nada. Não fazia com que os sentimentos fossem menos reais. Ela não o sabia porque naquela altura fora demasiado orgulhoso para lhe dizer aquilo que sentia por ela. Shallie Malone fora a rapariga da sua vida. Aquela que lhe escapara.

Mac deu a volta à carrinha, pisando a neve, e abriu a porta com um sorriso nos lábios. Shallie voltara e, a não ser que estivesse casada ou noiva, ele não tinha intenção de a voltar a deixar escapar.

– Shall! Bons olhos te vejam!

Fora sempre uma rapariga gira e agora era uma mulher mais que bonita... Mas o seu sorriso desapareceu quando viu a dor reflectida na sua cara.

– Raios... Magoaste-te?

Ela sorriu com coragem.

– Tinhas que ser tu, McDonald. Andei três mil quilómetros sem que me acontecesse nada e agora, a menos de um quilómetro de casa, fracturas-me o pulso.