desj761.jpg

6087.png

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Maureen Child

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Mais do que uma amiga, n.º 761 - Janeiro 2016

Título original: Whatever Reilly Wants…

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2007

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7776-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

– Menos um! Já só restam dois – disse o padre Liam a sorrir para o seu irmão. Depois, levantou a sua cerveja para saudar os outros dois, idênticos ao primeiro. Estavam os quatro sentados na mesa de um restaurante.

– Não te iludas – replicou Connor Reilly. Deu um gole na sua cerveja e assentiu para Brian, o terceiro dos trigémeos Reilly, que estava ao lado de Liam. – Lá porque o Brian não foi capaz de aguentar, não significa que nós também não sejamos.

– Amén – disse Aidan, à sua direita.

– Quem disse que eu não consegui aguentar? – perguntou Brian, enquanto pegava num nacho que estava num cesto no centro da mesa. Depois sorriu e apoiou-se descontraidamente no encosto da cadeira. – Eu é que não quis resistir – disse, levantando a mão esquerda e piscando-lhes um olho. A luz reflectiu-se na sua aliança.

– E eu fico feliz por ti – garantiu-lhe Liam. – Além do mais, contigo felizmente casado, tenho mais hipóteses de vencer do que nunca.

– Nem sonhes, Liam – disse Aidan, pegando também num nacho. Não que me incomode que a igreja ganhe um telhado novo, mas… eu sou o Reilly que vai vencer esta aposta, maninho.

Enquanto os seus irmãos falavam, Connor limitava-se a sorrir e a ouvir a meias. Uma vez por semana, os irmãos Reilly combinavam jantar no Ligthouse Restaurant, um local agradável no centro da cidade de Baywater. Riam-se, falavam e desfrutavam da camaradagem de serem irmãos.

Mas, durante aquele último mês, as suas conversas sempre giravam à volta da aposta.

Um tio-avó deixara dez mil dólares a Aidan, Brian e Connor. No início, os três pensaram dividir o dinheiro, a contar com o seu irmão Liam. No entanto, alguém, e Connor tinha quase a certeza que fora Liam, sugerira fazerem uma aposta. E o vencedor ganhava tudo.

Visto que os trigémeos eram altamente competitivos, nunca houve dúvida de que aceitariam o desafio. Mas Liam não tinha posto as coisas nada fáceis. Dissera-lhes que ele, como sacerdote católico, tinha feito voto de castidade, renunciando ao sexo para o resto da vida, coisa que nenhum dos três irmãos seria capaz de conseguir. E tinha-os desafiado a manter o celibato durante noventa dias. Quem aguentasse, ganhava os dez mil dólares. E se os três gémeos falhassem, então Liam ficava com o dinheiro para substituir o telhado da igreja.

Connor lançou um olhar desconfiado ao seu irmão mais velho. Tinha a certeza de que Liam já tinha pedido orçamentos aos empreiteiros locais. Com o sobrolho franzido, deu outro gole na cerveja e olhou para Brian. Um mês antes, os trigémeos tinham aceitado a aposta, mas em tão pouco tempo um já tinha falhado. Brian reconciliara-se com a sua ex-mulher, Tina, e agora, já só Connor e Aidan continuavam em jogo.

– Não sei tu – disse Aidan enquanto dava uma suave cotovelada a Connor no costado, – mas eu estou e vou continuar a evitar todas as mulheres durante o tempo que durar a aposta.

– Não te dominas, ah? – perguntou-lhe Liam, levando a garrafa aos lábios.

– Estás a gostar disto, não estás? – perguntou-lhe Connor com um olhar assassino.

– Evidentemente – respondeu Liam, a rir. – Observar-vos sempre foi divertido. E muito mais ultimamente.

– Ah – disse Brian, – queres dizer a eles os dois. Eu já estou fora disto, lembras-te?

– Nem um mês aguentaste – disse Aidan, abanando a cabeça lenta e tristemente.

No entanto, o sorriso de satisfação de Brian falava por si.

– Nunca na vida estive tão feliz por perder uma aposta.

– A Tina é um encanto, não há dúvida – disse Connor, que se sentia um bocado irritado com a atitude de homem feliz de Brian. – Mas também devias ter em conta que vais ter de vestir aquela ridícula fatiota.

Os perdedores não só tinham de renunciar ao seu quinhão, mas ainda iam ter de passear pela base no dia da Battle Color na parte de trás de um descapotável com um sutiã de cocos e uma saia de folhos às cores. E o dia da Battle Color era o dia em que todos os dignitários militares possíveis e imagináveis estariam na base.

Brian estremeceu e, depois, com ousadia, endireitou os ombros.

– Seja como for, vale a pena.

– Meu Deus, estás enfeitiçado – murmurou Aidan, levantando os indicadores para desenhar uma cruz no ar, como se quisesse manter Brian à distância.

– Podem rir-se se quiserem, mas eu sou o único nesta mesa que está a ter relações sexuais regularmente. E posso já dizer que são magníficas.

– Isso foi cruel – disse Aidan com um grunhido, e passou a palma da mão pela cara.

– Desumano – acrescentou Connor.

Liam riu-se, esfregou as mãos energicamente e arqueou as sobrancelhas.

– Algum de vocês quer retirar-se agora, para poupar tempo?

– Nem sonhes – replicou Aidan.

– O mesmo digo – confirmou Connor, e estendeu a mão a Aidan. – Até ao fim?

Aidan estreitou-a com determinação.

– Ou até perderes. O que acontecer primeiro.

– Isso era o que tu querias…

Connor não tinha perdido uma aposta na vida, e não estava disposto a perder aquela. Claro que era a aposta mais difícil que tinha feito em toda a sua vida, mas isso não era importante. Era uma questão de orgulho, e não ia permitir que Aidan ganhasse. Além disso…

– Nem penses que vou passear-me nesse descapotável com o Brian.

– Eu guardo-te sítio – disse Brian, a sorrir.

– Oh, acho que preciso de outra cerveja – disse Aidan, fazendo um sinal à empregada.

Sim, outra cerveja iria muito bem. A única coisa que tinha de fazer era não olhar para a empregada. O olhar de Connor passou de Aidan para Brian, e depois para Liam.

– Este jogo ainda agora começou.

– Ainda vos restam dois longos e tentadores meses pela frente – lembrou-lhes Liam.

– Sim, pois, mais não te ponhas a escolher as telhas para o telhado ainda.

Liam sorriu.

– Amanhã trazem-me as amostras.

 

 

Na manhã seguinte, Connor sentou-se ao sol, junto da porta do Jake’s Garage e bufou. Carolina do Sul em Julho. Até mesmo de manhã estava um calor sufocante. O sol queimava de tal forma que a única coisa que apetecia fazer era fugir para uma praia ou enfiar-se debaixo de uma árvore e não mexer um músculo.

No entanto, Connor não estava a fazer nenhuma dessas duas coisas. Estava de licença. Duas semanas livres sem nada para fazer. Raios, nem sequer queria ir a lado nenhum. De que lhe servia? Não podia sair com ninguém. Não podia estar com nenhuma mulher sentindo-se tal como se sentia. Tinha os nervos à flor da pele.

Não sabia bem como ia conseguir ultrapassar os dois meses que ainda restavam para acabar aquela aposta. Connor gostava de mulheres. Gostava de como cheiravam, de como se riam e de como se mexiam. Gostava de dançar com elas, de passear com elas e, especialmente, de fazer amor com elas.

Por isso nunca tinha encontrado «aquela».

Porque nem sequer estava à procura.

A sua mãe, Maggie, contara muitas vezes aos seus filhos a história do seu namoro relâmpago com o pai deles, e do seu casamento. Todos tinham ouvido falar do raio que atingira Maggie e Sean Reilly, que os fizera apaixonar-se perdidamente e casar duas semanas depois. Amor à primeira vista. Nove meses depois, nascera Liam. E dois anos depois, os trigémeos.

Maggie acreditava no amor à primeira vista, e insistia sempre em que quando chegasse o momento oportuno, todos os seus filhos… bom, excepto Liam, sentiriam o raio.

Connor levava muito a sério o facto de se manter afastado das tempestades.

– Bom, parece que estás alterado – disse Emma Jacobsen, a proprietária do Jake’s Garage, enquanto se sentava ao seu lado no banco.

Connor sorriu. Lá estava a única mulher na qual podia confiar. A única mulher em que nunca tinha pensado… bom, como uma mulher.

Ela estava com um fato-macaco azul com uma t-shirt branca por baixo. Tinha o cabelo comprido, liso e loiro, apanhado numa trança que lhe caía até meio das costas. Estava mascarrada de óleo no nariz e tinha posto um boné que lhe escurecia os olhos azuis. Ela era sua amiga há anos e, com toda a sinceridade, Connor podia dizer que nunca tinha imaginado como seria sob aquele fato-macaco.

Emma representava a segurança.

– É esta maldita aposta – resmungou Connor. Apoiou os cotovelos nas costas do banco, estendeu as pernas e cruzou-as.

– Então, porque é que aceitaste entrar?

Ele sorriu.

– Como podia eu recusar um desafio?

Emma riu-se.

– Em que é que estavas a pensar?

– Precisamente – disse ele. Abanou a cabeça e suspirou. – Mas é que está a ser mais difícil do que eu pensava. A sério, Em, passo a maior parte do tempo a evitar as mulheres como se tivessem a peste. Raios, ainda ontem atravessei para o outro lado da estrada quando vi que se aproximava uma ruiva impressionante.

– Coitadinho.

– O sarcasmo não ajuda.

– Não, mas é muito apropriado – disse ela, dando-lhe um suave murro no ombro. – Então, se andas a evitar as mulheres, o que é que estás a fazer na minha garagem?

Ele ergueu-se, passou-lhe um braço pelos ombros e deu-lhe um rápido abraço de camaradagem.

– Isto é o que me safa, Em. Aqui estou seguro.

– Hum?

Ele olhou para ela e, ao ver a sua expressão desconcertada, explicou:

– Posso estar contigo sem me preocupar. Nunca te desejei. Não dessa forma. Por isso, estar aqui é como estar numa zona desmilitarizada no meio de uma guerra.

– Nunca me desejaste.

– Somos amigos, Em – insistiu Connor, e deu-lhe outro abraço para lho demonstrar. – Podemos falar de carros. Tu não esperas que eu te traga flores nem que te abra as portas. Tu não és uma mulher, és um mecânico.

 

 

Emma Virginia Jacobsen ficou a olhar para o homem que estava sentado ao seu lado e perguntou-se porque não estava a gritar. Ele nunca a tinha desejado? Ela não era uma mulher?

Durante dois anos, Connor Reilly ia quase diariamente à garagem que ela herdara do pai, cinco anos antes. Durante dois anos ouvira-o falar das mulheres que ia perseguindo. Tinha-se rido com ele, tinha gozado com ele, e sempre pensou que ele era diferente. Pensou que ele via além do facto de ela ser uma mulher, que a via como se fosse uma mulher e uma amiga.

E, nesse momento, descobria que ele pensava que não era uma mulher?

Ficou furiosa, mas tentou controlar-se. Nem por uma vez, nos últimos dois anos, tinha pensado em andar atrás de Connor Reilly. Não que não fosse atraente, nada disso. Enquanto ele continuava a falar, ela estudou-o.

Tinha o cabelo preto cortado à militar. Tinha umas feições limpas e marcadas: as maçãs do rosto salientes, a mandíbula quadrada e uns olhos azuis-escuros que brilhavam quando se ria. Tinha vestida uma t-shirt verde escura do Corpo de Marines dos Estados Unidos, que lhe marcava o peito musculado, e uns calções, também verdes, que deixavam as suas longas pernas, bronzeadas e peludas, à mostra.

Pois sim, era espampanante, mas Emma nunca pensou sair com ele por causa da sua amizade. E naquele momento, alegrava-se de nunca ter tentado. Ele ter-se-ia rido na sua cara.

E aquele pensamento irritava-a.

– Estás a ver? – continuava ele –, por isso é tão agradável ter um sítio como este para onde vir. Quero ganhar esta aposta, e para isso tenho de ter muito cuidadinho.

– Ah, sim – disse Emma, olhando para ele e perguntando-se como seria possível que Connor não tivesse percebido que estava a deitar fumo. Mas claro, ele não se tinha apercebido de nada naqueles dois anos. Porque é que havia de começar agora? – Cuidado.

– A sério, Em – disse ele, e levantou-se. – Se não pudesse falar sobre isto contigo, provavelmente, perderia a cabeça.

– A pouca que te resta – murmurou Emma, misteriosamente.

– O quê?

– Não, nada.

– Bom – disse ele, sorridente. Depois apontou com o polegar para o escritório de Emma, que estava na parte da frente da oficina. – Vou buscar um refresco. Apetece-te um?

– Não, mas vai lá.

Ele assentiu, e depois entrou na garagem. Emma viu-o a afastar-se e, pela primeira vez, observou-o a sério. «Bom traseiro», pensou, surpreendendo-se a si própria. Ela nunca tinha reparado na parte de trás de Connor. Porque é que havia de começar agora?

Porque ele acabava de mudar as regras do jogo. E o parvo nem sequer se tinha apercebido.

Sob o sol abrasador, a respirar aquele ar quente e húmido, a mente de Emma trabalhava febrilmente. Há anos que não ficava tão chateada. Sentia-se insultada e ferida.

Três anos antes, permitira que outro homem iludisse a vigilância do seu radar e lhe partisse o coração. Connor, sem o saber, unira-se à longa lista de homens que a tinham subestimado durante a sua vida. Mas, nessa ocasião, Emma não estava disposta a que aquele homem em questão se livrasse do seu castigo. Ia fazer-lhe pagar por aquilo; por todas as vezes que não lhe tinham dado valor ou que a tinham desprezado; por todos os homens que a tinham considerado menos do que uma mulher; por todas as vezes que ela duvidara da sua própria feminilidade…

Connor Reilly ia pagá-las.

 

 

Umas quantas horas depois, Emma ainda estava furiosa, embora bastante mais calma. Estava em casa e tinha ligado o ar condicionado quase no máximo, de forma a poder desfrutar de um grande copo de chá. Normalmente, o chá acalmava-a. E parecia-lhe que naquela noite ia precisar de mais do que um chá.

Nem sequer quando Connor se tinha ido embora da oficina nessa tarde, tinha podido parar de pensar nele e no que lhe dissera, nem tinha deixado de se sentir insultada.

Só havia uma pessoa no mundo capaz de entender o que ela estava a sentir. Deixou a chávena sobre a mesa e pegou no auscultador do telefone.

– Está lá? – responderam do outro lado da linha.

– Mary Alice – disse Emma rapidamente, – nem vais acreditar. O Connor Reilly disse-me hoje que não pensa em mim como mulher. Sou um dos seus amigalhaços. Um mecânico. Lembras-te daquela estúpida aposta que fez com os irmãos? – perguntou, e não esperou que lhe respondesse. – Bom, hoje disse-me que a razão pela que anda a vir tanto à garagem ultimamente é porque se sente seguro comigo. Que não me deseja portanto, sou território neutro. O que é que tu achas? Achas normal que tenha sido capaz de me olhar na cara e dizer-me, praticamente, que sou menos do que uma mulher?

– Olá? Quem fala? – interrompeu-a a mulher num tom bem-humorado.

– Muito engraçadinha – respondeu Emma, sorrindo, apesar de estar furibunda. Depois, levantou-se e caminhou até ao espelho que estava sobre a chaminé. – Ouviste o que te disse?

– Claro que ouvi – respondeu Mary Alice. – Ouvi perfeitamente. Queres que o Tommy ligue para os rapazes de Recon para irem dar um enxerto de porrada nesse idiota?

Emma sorriu para o seu reflexo.

– Não, mas obrigada – respondeu.

Mary Alice Flanagan, a melhor amiga de Emma desde o quinto ano, casara quatro anos antes com Tom Malone, um marine que, naquele momento estava destinado na Califórnia. Só graças a Mary Alice é que Emma tinha descoberto os mistérios de ser uma mulher.

A mãe de Emma morrera quando ela era uma menina e, depois daquilo, tinha sido criada pelo seu pai. Era um homem magnífico que adorava a sua filha, mas que não fazia a mínima ideia de como ensiná-la a ser feminina. A mãe de Mary Alice preenchera aquele vazio, e quando se tornaram adultas, a própria Mary Alice ajudara Emma a conquistar o homem que, mais tarde, lhe partira o coração. As duas estavam em contacto permanente pelo telefone e através de e-mails mas, nessa noite, Emma desejava que a sua amiga estivesse ali com ela. Precisava de se sentar ao seu lado e desabafar.

– Está bem, se não queres que morra, o que é que queres? – perguntou-lhe Mary Alice.

Emma observou como se endurecia a expressão do seu rosto no reflexo no espelho.

– Quero que lamente o que disse. Quero que lamente não ter sabido dar-me valor. Quero que lamente ter-me conhecido, raios!

– Tens a certeza? – perguntou-lhe a sua amiga, com uma preocupação evidente. – Estou a falar de… lembra-te de como correram as coisas com o Tony.

Emma estremeceu ao lembrar-se. Tony Demarco fizera pior do que partir-lhe o coração. Destruíra toda a segurança em si que acabava de conquistar e acabara com a sua capacidade de confiar nos outros. No entanto, aquilo era diferente, e Emma disse isso à sua amiga.

– Eu amava o Tony. Não amo o Connor.

– Só queres que fique triste?

– Exactamente.

– E qual é o teu plano?

– Vou deixá-lo louco – respondeu Emma, e sorriu ao pensar em Connor Reilly de joelhos, a rogar-lhe um niquinho da sua atenção.

– Bom, bom…

– Vou fazer-lhe perder essa aposta.

– Dormindo com ele?

– Dormir não tem nada a ver com o que tenho em mente – afirmou Emma, e não ligou à sensação que lhe produziu uma coisa cálida e líquida que ganhava vida dentro dela.